“GUIA DE CEGOS”
Romanos 2:19 “E
confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, Instrutor dos
néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; Tu,
pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se
deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu,
que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras
a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é
blasfemado entre os gentios por causa de vós”.
Você não está impressionado com a grande variedade de ilustrações de
nosso Senhor? São muito apropriadas e causam grande impacto! Aqui, por exemplo,
ele usa a capacidade do corpo de rejeitar o que é demais, arvores desarraigada,
e um provérbio, para acentuar a sua mensagem. Tendo os críticos e tradicionais
fariseus em mente, ele disse: “Deixai-os”,
não lhes deem atenção, porque a sua doutrina é cega e obscurece o coração e, em
seguida, termina em desastre. A forma como Mestre usou essa figura da aflição e
fatalidades humanas deve ter impressionado os discípulos. “Condutores
de cegos” era uma expressão comumente usada em referencia ao ideal do
chamamento de um Rabi. Apostolo Paulo se refere àqueles lideres de Israel como “guia
dos cegos” (Rm 2:19).
“Porque o coração deste povo
está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus
olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, E compreendam
com o coração, E se convertam, E eu os cure. Mas, bem-aventurados os vossos
olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Porque em verdade vos
digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, (Mt 13:15-17).
Jesus porem os denunciou publicamente, ao mostrar que apesar de serem a
sua função no sentido oposto; até mesmo a sua cegueira espiritual era agravada
pelo fato de que eles próprios tinham optado por tal condição. “Fecharam seus
olhos” (Mt 13:15). Pior ainda, inconscientes de sua cegueira, vangloriavam-se,
quando diziam que viam: “Nós vemos” (Jo 9:41). Muitas vezes citamos o ditado:
“O pior cego é aquele que não quer ver”. Quanto ao cego que dirige outro cego,
e ambos caem na cova, nosso Senhor, usou um provérbio bem conhecido que
expressava o sentido de uma profecia: “Disse-lhes uma parábola (profética):
Pode o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova? (Lc 6:39). E
dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos
na cova? O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito
será como o seu mestre. E por que atentas tu no
argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu
próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro
que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o
argueiro que está no olho de teu irmão.
A
cova, aplicada aqui aos fariseus cegos pelo seu próprio preconceito, era uma
comparação expressiva com tragédia que haviam enganado, antes e durante a
terrível destruição de Jerusalém. “O que aqueles mestres e outros como eles
construíram para si mesmos, foi um
sectarismo amargo, ilusões selvagens,
esperanças infundadas, zelo desvairado e rejeição da verdade, como único meio
possível de salvação, e não houve como escapar das consequências de seus atos”.
Como sucedeu em Israel antigamente, acontece também com a igreja de hoje. Pregadores
cegos, por causa do modernismo, conduzem os que foram cegos pelo deus desse mundo.
Na esfera material nada há tão patético quanto alguém, completamente cego, que
tenta conduzir outro cego. Mas, na esfera religiosa, torna-se trágico quando os
que dizem conhecer a verdade são na realidade cegos aos fatos inerentes a ela
e, ao vangloriar-se de sua suposta sabedoria, influenciam, por meio de sua
mensagem pervertida, os que têm mentes mergulhadas nas trevas.
Analisado: Herbert Lukyer-Parabolas Bíblicas 241.
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